25 de julho de 2013

CARTA A SUA ALTEZA REAL GEORGE ALEXANDER LOUIS, PRÍNCIPE DE CAMBRIDGE.


Admmauro Gommes
Poeta e professor de Teoria Literária
da FAMASUL (Palmares – PE)


Ao
Mais Recente Nobre da Realeza Britânica
Sua Alteza Real Alexander George Louis, Príncipe de Cambridge.


Alteza:

Inicialmente, queira aceitar minhas escusas pelo incômodo tão cedo. Vossa Alteza chegou há pouco e já lhe trago embaraços. Mas é assim mesmo. Quem vai governar tem que ouvir os súditos (mesmo que sejam de outros reinos).

Para que o Brasil se libertasse oficialmente de Portugal, no período pós-Independência, recorremos à sua Coroa inglesa que nos emprestou 3,7 milhões de libras esterlinas. Atualmente, isso é muito pouco para resolver os estragos que fizemos, no entanto, considere meu pedido, pois acho mesmo que um novo tempo vai chegar quando Vossa Alteza, já consagrado George II, assumir o poder. Não tem problema, nós somos pacientes e esperamos por nova ajuda.

Por falar em endividamento, há uma máscara usada para que apareçamos bem nesse item, pois pagamos mais de 150 bilhões de juros por ano, e isso seria suficiente para cobrir todas as despesas com Saúde, Segurança, Educação, Justiça e Infraestrutura. Recentemente, não sei quem descobriu essa maracutaia (desculpe-me pela palavra feia!) e o povo ficou sabendo. Então, as praças se encheram de esperança, os jovens lideraram os velhos líderes, esfumaçaram uma Copa das Confederações que foi realizada em solo brasileiro e até na visita do Santo Papa Bergoglio, houve protesto nas imediações do Palácio da Guanabara, sede governamental do Rio de Janeiro.

Como o Príncipe pode ver, o mundo inteiro só fala neste momento de sua chegada, da visita do Papa Francisco ao Brasil e das manifestações populares do povo brasileiro. Por aqui, todos estão nas ruas, reivindicando desde a revogação do aumento de R$ 0,20 (são vinte centavos mesmo!) no preço do transporte coletivo, a melhores salários, atendimento hospitalar, mais casa, mais segurança, mais comida... como eu disse, 3,7 milhõezinhos de libras não resolveriam o nosso caso!

Depois, quando os ânimos estiverem mais acomodados, voltarei a dar notícias da terra que era de Santa Cruz, afinal, Vossa Alteza tem apenas três dias de vida e não deve agora se preocupar com quem tem quinhentos anos de confusão.

Como não tenho outras palavras para concluir esta missiva, termino como disse Pero Vaz de Caminha:

“Beijo as mãos de Vossa Alteza.”

Deste Porto (in)Seguro, da Ilha de Vera Cruz, hoje, quinta-feira, 25 de julho de 2013.


Um brasileiro.


15 de julho de 2013

A NUDEZ DO POETA


ADMMAURO GOMMES COMENTA LIVRO DE ROBERTO DE QUEIROZ


O poema não é máscara que esconda a face de ninguém, mesmo que se procure ficar por trás das palavras, há de ser revelado nas entrelinhas, um pouco de quem verseja. A obra A nudez de escrever, de Roberto de Queiroz, provoca este entendimento. O autor sugere que o texto o denuncia, mostrando como se é internamente. Mas quando isso acontece, faz-se, como é de se esperar, pela força das metáforas, o que não diminui a veracidade, pois no que se vê percebe-se a existência de certas verdades, ou meias-verdades (que muda tudo).
Mesmo assim, ele se expõe diante do espelho das letras e surge quase nu de seu sentimento, transparente, mas não todo exposto, como defendem os versos do livro citado (p.39): “Escrever é se despir/ (si próprio e o sentimento)/ daquilo que há no âmago (...) que se expõem ao grafar.” Tudo vai muito bem, mas quando ele introduz a palavra “âmago,” carregada de ambiguidade, veste-se de novo em seu manto opaco, pois “âmago” oculta, indecifra qualquer sentimento, não permitindo que se descubra a límpida realidade. Como quem quer e não quer, finge querer revelar-se, mas, é “fingimento deveras.”(...)

Leia mais em:
                                                        

Obs.: No dia 11 de julho/2013, os jornais Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco (pág 20) publicaram este texto completo.

13 de julho de 2013

12 de julho de 2013

O PODER DA PALAVRA


“E se cada palavra emitida é uma energia, quanto menos falarmos desnecessariamente, mais energia, mais poder, teremos ao pronunciá-la, compreendendo a sabedoria que também pode vir com o silêncio” (Léo Artese)
“A palavra, esse dom celeste que Deus deu ao homem e recusou a todos os outros animais, é a mais sublime expressão da natureza; ela revela o poder do Criador, e reflete toda a grandeza de sua obra divina. (...) Assim, pois, todo o homem, orador, escritor, ou poeta, todo o homem que usa da palavra, não como um meio de comunicar as suas ideias, mas como um instrumento de trabalho; todo aquele que fala ou escreve, não por uma necessidade da vida, mas para cumprir uma alta missão social; todo aquele que faz da linguagem não um prazer, mas uma bela e nobre profissão, deve estudar e conhecer a fundo a força e os recursos desse elemento de sua atividade.” (José de Alencar)


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7 de julho de 2013

ENTREVISTA COM O POETA VITAL CORRÊA

Vital Corrêa
O poeta VITAL CORRÊA DE ARAÚJO, nesta segunda-feira, 8 de julho, às 19:30 h, na Biblioteca da FAMASUL, concederá uma entrevista coletiva aos universitários. O acontecimento faz parte de um ciclo de palestras sobre poesia neoposmoderna.