QUAL A PERSONALIDADE LITERÁRIA QUE MAIS SE DESTACA NO QUINHENTISMO BRASILEIRO?
30 de agosto de 2013
A CARTA DE CAMINHA
16 de agosto de 2013
REGINALDO LANÇA LIVRO EM PALMARES
Reginaldo José de Oliveira, em noite de autógrafo, no Restaurante
Bon Appètit, em Palmares (16.8.13)
|
Coronel Reginaldo, Admmauro Gommes e universitários de Letras da FAMASUL, durante o lançamento do livro SABEDORIA OU MEDIOCRIDADE? (16.8.13) |
Sabedoria ou mediocridade? -
Diálogos no Reino Encantado das Águias, de Reginaldo José de Oliveira,
é um livro fascinante. Ele começa falando das coisas simples que nos rodeiam,
sobre a vida singular no campo, como mera estratégia para adentrar em temas
mais profundos e inevitáveis que envolvem o humano nas diferentes esferas da
vida. No lastro dos embates, estão a busca pelos relacionamentos saudáveis e
novas motivações, enfim, a vida plena em meio ao caos da expectativa frustrada de
se criar novas utopias, necessárias ao reencanto do ser. - Admmauro Gommes
O Prefeito de Palmares, Prof. João Bezerra, e Reginaldo Oliveira |
Marcondes Calazans, Vital Corrêa e Admmauro Gommes |
Admmauro Gommes, José Rodrigues e Ricardo Guerra Veja mais fotos deste evento. É só clicar em: http://ultimoflash.com.br/ultimoflash/principal.php?pg=galeria&id=240 |
8 de agosto de 2013
O QUE É POESIA?
Admmauro
Gommes
ANTES
que alguém pense que estou inventando moda, confesso que a frase que intitula
este comentário, não é minha. É de Carlos Drummond de Andrade, retirada de um
poema (Procura da Poesia), publicado em 1945. Depois que o escritor mineiro
adverte sobre as armadilhas que envolvem a criação poética, indicando que não
se deve fazer versos sobre acontecimentos, definitivamente, aponta o caminho:
“Penetra surdamente no reino das palavras.” De outro modo, é o mesmo que disse
Manoel de Barros: “a radiância de um verso (...) vem das radiâncias letrais.”
Ou seja, do confronto da palavra pela palavra com a palavra. Assim, “o que
pensas e sentes, isso ainda não é poesia.”
Deste
modo, não há garantia em escrever um poema e que ele obrigatoriamente tenha
poesia. Para Octávio Paz, poeta e crítico mexicano “nem todo poema - ou, para
sermos exatos, nem toda obra construída sob as leis da métrica - contém poesia.”
E fuzila Paz: “Há máquinas de rimar, mas não de poetizar (O arco e a lira). Daí,
surge a diferença entre quem tem sentimento e “coloca” as ideias no papel e um
artista que, valendo-se da linguagem figurada, cria situações inusitadas com
uma carga poética explícita, para trazermos à luz o pensamento de Ezra Pound, que
“grande literatura é a palavra carregada de significados até o último grau
possível.” Mais do que isso, só em Vital Corrêa de Araújo.
A
poesia, para Vital, insurge das “radiâncias letrais” e da loucura das palavras.
Enigmática por natureza, ela tem em sua essência o que somente se adentra pelos
sentidos, em uma completa sinestesia. As imagens inventadas asseguram ao
criador a autenticidade de poetar. É o que se vê nos versos vitalinos: “Clemente
elemento/pássaro consome/ água ilude/do mamilo da nuvem/seios pesados/latejam
com relâmpagos (do livro Borges e Eugénio, p. 82). As radiâncias inusitadas
podem ser conferidas pelo título deste poema “Elemento tempo,” apenas nas
expressões pássaro/nuvem/relâmpagos como coisas que passam, breve referência
temporal e nada mais. Sugerir é mais importante ao poeta que tudo dizer. Quem
tudo explica, finda a tarefa e o artista não pretende encerrar nenhum tema, mas
antes provocar uma eterna discussão acerca da arte e do enigma. Portanto, para
não nos afastarmos muito de Drummond, quando reconhece que “Cada (palavra) tem
mil faces secretas sob a face neutra” não vamos tentar compreender as mil faces
de uma palavra. Aliás, para um bom entendedor... Ora, isso não se aplica à
poesia.
Poesia
é pantera indomável, fluxo e refluxo do ser. Algo intangível que somente pela
percepção se destaca. Jamais poesia será presa em uma gaiola, como um pássaro
aprisionado dentro de um soneto.
Deixe aqui sua opinião
Deixe aqui sua opinião
Assinar:
Postagens (Atom)