19 de fevereiro de 2014

VITAL E A FAMASUL

FAGULHAS E EXPLOSÃO LITERÁRIA NA FAMASUL

“Tomei a liberdade de intitular este texto de Sylvia Beltrão, alinhando as letras iniciais dos nomes citados, justificando que a autora já aproxima sua linguagem poética da vitalina a ponto de eu ter confundido se um determinado texto era dela ou de Vital. Ela é, por assim dizer, uma dessas fagulhas responsáveis pela “explosão” mencionada por VCA, em vídeo disponível no Youtube (VITAL E A FAMASUL).” – AG  

VCA, AG e SB - Por Sylvia Beltrão

TEXTO DE SB - “Esse movimento de Poesia Absoluta não se confunde comigo. Eu posso ter sido a ignição, mas a transmissão foi Admmauro Gommes e a explosão foi na sala de aula do curso de Letras” (VCA). Este é um exemplo claro de que a regra matemática que reza: "a ordem das parcelas não altera o produto" está correta.
Concordo que Vital tenha sido ignição, mas ele também foi transmissão e explosão. Admmauro Gommes, idem. E os acadêmicos? Nós não fugimos a esta regra. Eles nos fizeram entrar nesse embalo! Aceitamos a proposta desses poetas de investirmos intelectualmente em nós. Em conjunto, adotamos a Poesia Absoluta como uma disciplina a mais em nosso curso. Nos dedicamos, abusamos das metáforas inauditas e deixamos de chover no molhado (imitando Admmauro Gommes). Abraçamos a complexidade dos versos, as (in)visíveis entrelinhas e provocamos duplos, triplos, incontáveis sentidos...
Esse sacode poético chegou em excelente momento, precisamos disso como amantes das letras. Está sendo um combustível a mais. Isso fica muito bem explícito em um trecho de uma canção de Jorge Vercillo (Eu e a vida): “Vem me pedir além do que eu posso dar / é aí que o aprendizado está”. Quando nos pedem algo que julgamos ser incapaz de ser realizado, mas mesmo assim nos aventuramos nesse desafio, como retorno, vem a superação, adquirimos saberes e isto é fundamental para quem almeja crescer intelectualmente.
Quando Vital surgiu na FAMASUL, de certa maneira “contradizendo” (no bom sentido da palavra) todo o conceito de poesia, causou espanto em muita gente (eu fui uma dessas pessoas, é bom confessar isso). Provocou, e achou briga das boas! Passamos a estudá-lo, admirá-lo, mas, pelo menos eu, nunca consegui entendê-lo. O objetivo de Vital parece mesmo ser inquietar os sábios, ao ponto de remexer os ids dos mais elevados pensantes. Sempre fracassei nesse assunto de interpretação vitalina e não sinto vergonha em afirmar isso, visto que Marcondes Calazans, um dos grandes intelectuais da FAMASUL, afirmou que “Vital é o complexo para pessoas inteligentes”, imaginem só minha precária situação como uma mera acadêmica... Mas eu não desisto fácil, gosto que me peçam além daquilo que acredito que possa realizar. Isso demonstra confiança de potencial.
Aproveitei ao máximo a experiência da passagem de Vital em minha vida acadêmica. Ele implodiu meus sentidos e os explodiu em forma de metáforas histéricas. Permiti vozes a todos os meus silêncios através dos meus versos. Dei asas ao meu id, deixei que ele se descompassasse mesmo, e nem parei para pensar nas loucuras que ele cometeria. Passei a escrever dez textos em apenas um (e entenda quem puder!). Descobri que isso também faz parte da literatura, graças à contribuição Vital Corrêa de Araújo e Admmauro Gommes, e desta vez, COM trocadilhos! VCA e AG: Néstogas absolutas de Sylvia Beltrão!

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