4 de abril de 2014

O AMOR ETERNIZA QUEM SE AMA

 Rhalyne Moura/Amaraji

 Rhalyne Moura
Ela é uma das tantas Marias que existem nesse mundo, mas não é apenas mais uma Maria, tem o dom de fazer pessoas felizes e existir já é motivo suficiente para tal. A vida lhe reservou dois casamentos e dezesseis filhos dos quais três não sobreviveram, os outros foram com sacrifícios e renúncias, bem criados. O semblante sempre sorridente esconde a vida dura enfrentada para chegar aos oitenta e oito anos tendo a cara de uma criança que acaba de ganhar o brinquedo tão almejado. Ser iluminado, alegria constante. Com um amor que não cabe em si, altruísta por excelência, abriu mão dos seus sonhos para lutar por seus filhos e fazer deles pessoas justas, seres humanos sensatos e mesmo que essa assunção se desse em prejuízo de suas metas, ela arriscou sem medo, esqueceu de si e viveu por e para eles, alcançou sucesso pleno, o que, para ela foi consideravelmente satisfatório e está para contar a quem quiser ouvir o quanto Deus foi e tem sido bom com ela.
Na missão nada fácil de sobreviver nessa vida tão arriscada, diria que ela tem se saído muito bem. Tem as maiores e melhores histórias para contar e é capaz de fazer com que qualquer pessoa queira permanecer na sua companhia maravilhadamente contentados com o que ali se escuta enquanto ela fica deitada no sofá menor, recostado na parede logo abaixo da janela da sala. A mania de só gostar de coisas simples faz com que todo mundo tenha grande dificuldade para presenteá-la. Teimosia e perfeccionismo são traços marcantes da criança idosa que adora fazer arte sem precisar se esconder, não abre mão de cozinhar no fogão de lenha e ainda faz questão de lavar roupas na lavanderia da área de serviço, além de tudo, faz o melhor doce de mamão com coco e a melhor cocada do mundo.
É carinho que não se explica, amor que não se mede e que se intensifica em cada olhar, é o silêncio de quem medita antes de articular, é menina, mulher, mãe, avó, bisavó, trisavó... é de aço e de flores, é um amor divino através do cuidado humano. É ela a maior prova que no sexo frágil há uma virilidade jamais vista. Deixa para trás os maiores guerreiros da história com a sua vida de superação e torna-se uma guerreira realizada. Com ela eu aprendi que o maior conhecimento do mundo não está presente nos livros, nem nas enciclopédias inteiras, mas no amor de quem se ama. Aprendi também que a morte jamais apaga o que alguém foi, que eternidade é além-tudo, ela me ensinou isso e continua a mostrar os caminhos e as verdades, a melhor herança que alguém pode deixar ela vem construindo há muito tempo e quando se for, não precisará de testamento porque tudo de melhor que ela tem já foi dado. Foi com ela que eu entendi que a força vem do coração e não dos músculos. Ela é para mim a imagem de Deus eternizada no mundo. O anjo que me guarda e ilumina.
         Depois de contar a história dela, apresento-lhes Maria José Soares, ou simplesmente Dona Neném. A mulher mais guerreira que eu já conheci: minha bisavó.



AMOR-AMOR  
 (Admmauro Gommes In: Luta dentro de  mim

Onde termina o amoR
começa RessentimentoS
no final deste iniciam
as partes da agonia
Soluços
Sofrimento
Solidão.

Ao termo da solidãO
pode começar Ódio
Orgulho
Orientação...

no fim do último som
da revoltA, da desculpA
é que vem cobrindo a dor
de novo
a palavra Amor.


A TECNOLOGIA MAIS PODEROSA
(Marcondes Calazans)

As categorias listadas nos versículos de I Coríntios no capítulo 13 são linhas diferentes das que costumamos ver nos cotidianos da realidade atual em que se encontra a humanidade. “Ainda que eu fale a língua dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine”.(I Cor. V. 1)
Vemos na passagem a supremacia do amor. Na perspectiva de Paulo, o problema principal quanto aos dons espirituais da igreja em Corinto era a falta de amor. Assim, Paulo passa a elaborar sobre a natureza e a importância do amor, como nos dias de hoje, especialmente nos lugares onde trabalhamos.
Paulo não estava interessado em fornecer uma relação exaustiva, ele está pensando naquele que “exerce misericórdia” e o que preside.
“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz com indecência, não procura seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crer, tudo espera, tudo suporta” (I Cor. 13: 4 – 8).
Paciente... benigno... espera... suporta. As descrições de Paulo não reduzem o amor a sentimentos baratos ou atos mecânicos. Cada termo descreve tanto emoções quanto atitudes. Pensar no amor cristão como simples sentimento ou simples atividade é contradizer as definições do apóstolo.
O amor jamais acaba...(I Cor. 13, v. 8).
Podemos considerar essa declaração como um resumo dos versículos anteriores, especialmente à luz da frase “tudo suporta” (v. 7). Ao mesmo tempo, essa declaração permite a Paulo criar um contraste entre o amor, que permanece (v. 13), e os dons espirituais, que cessarão.
Jyoti Amge é uma indiana que detém o título de mulher mais baixa do mundo viva, certificada pelo Guinness World Records. Jyoti embora de pequena estatura, 62, 8 centímnetro de altura sempre esteve preocupada com o tamanho do amor das pessoas com as outras. Sempre fez entender que a grandeza de um ser humano deve ser o tamanho de sua generosidade para com o outro. Disse:
“...O Amor é a TECNOLOGIA MAIS PODEROSA neste planeta - é mais poderosa do que terremotos, tsunamis, envenenamento por radiação, guerra nuclear, as estruturas de controle, o governo, a corrupção política, etc... Você escolhe... O AMOR ainda é muito mais poderoso! E ao nos alinharmos no nosso Amor Ele cria Lindas potencialidades em expansão...” (AMGE, Jyoti, 16 de dezembro de 2011).

O que mais dizer! Amar simplesmente. Amar o outro sem que haja necessariamente a obrigação de abraçar, beijar ou outra “coisa’ qualquer. Amar independe de se estar perto ou longe. Quando você simplesmente ama com atitudes de oração e meditação para quem você apenas acha que não gosta de você, tenha certeza, ela irá mudar, pois quem estará atuando através das suas orações é simplesmente o Espírito Santo de Deus. Creia. Por isso ame incondicionalmente.




A CONCEITUAÇÃO DO AMOR
(Roberto de Queiroz)

Qual é afinal a autêntica conceituação do amor? Minha concepção vê-se obrigada a divagar entre os mais variados juízos. Uma vez que sobrepujado o Grande Livro, como avaliar esses hiatos? Qual deles está inerente à autêntica dialética do amor?

Já cheguei a crer que o amor fosse corrosível, como assevera o autor de Sermões; que fosse mortal, como insinua Vinicius de Moraes; que fosse fogo que arde sem se ver, como certifica Camões; e ainda hoje (na qualidade de menino que sou, no auge dos meus vinte e poucos anos) continuo a divagar sobre esses conceitos transitáveis e dessemelhantes.

É bem verdade que esses grandes e respeitáveis lentes fazem alusão ao Amor Eros, cuja essência tão incógnita é a união entre casais; todavia, amor é amor: o Filo, o Eros – ambos são arraigados ao Ágape; o contrário não é amor, é outra coisa.

Não seria difícil argumentar que, por esse critério, é genuína a conceituação de amor do poeta Rainer Maria Rilke: para ele, “o amor é uma ocasião sublime para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo em si mesmo, por causa de um outro ser; é uma grande e ilimitada exigência que se lhe faz, uma escolha e um chamado para longe”.

Rilke, possivelmente, está-se referindo ao Amor Eros. Mas que fariam os frenéticos, se tivessem que seguir (ao pé da letra) esse conceito?

(QUEIROZ, Roberto de. Folha de Pernambuco, 26/02/2010, Cidadania, p. 3)


Um comentário:

  1. A conceituação do amor

    Qual é afinal a autêntica conceituação do amor? Minha concepção vê-se obrigada a divagar entre os mais variados juízos. Uma vez que sobrepujado o Grande Livro, como avaliar esses hiatos? Qual deles está inerente à autêntica dialética do amor?

    Já cheguei a crer que o amor fosse corrosível, como assevera o autor de Sermões; que fosse mortal, como insinua Vinicius de Moraes; que fosse fogo que arde sem se ver, como certifica Camões; e ainda hoje (na qualidade de menino que sou, no auge dos meus vinte e poucos anos) continuo a divagar sobre esses conceitos transitáveis e dessemelhantes.

    É bem verdade que esses grandes e respeitáveis lentes fazem alusão ao Amor Eros, cuja essência tão incógnita é a união entre casais; todavia, amor é amor: o Filo, o Eros – ambos são arraigados ao Ágape; o contrário não é amor, é outra coisa.

    Não seria difícil argumentar que, por esse critério, é genuína a conceituação de amor do poeta Rainer Maria Rilke: para ele, “o amor é uma ocasião sublime para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo em si mesmo, por causa de um outro ser; é uma grande e ilimitada exigência que se lhe faz, uma escolha e um chamado para longe”.

    Rilke, possivelmente, está-se referindo ao Amor Eros. Mas que fariam os frenéticos, se tivessem que seguir (ao pé da letra) esse conceito?

    (QUEIROZ, Roberto de. Folha de Pernambuco, 26/02/2010, Cidadania, p. 3)

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