30 de julho de 2014

ARIANO SUASSUNA, PAULO KATU, MARCONDES CALAZANS, CIDA VILAS BOAS, ADMMAURO GOMMES... SÓ DISCORDEI DE FERNANDO PESSOA

                                                                    Sylvia BeltrãoSão José da Coroa Grande/PE

 “Quantas horas de seu dia e de suas noites são consumidas para preparar jornais, seminários, palestras; quantos passeios e diversões foram trocados para transmitir a nós, aquilo que é para você um alimento de sua alma?”.
Começo logo confessando que essas palavras não são minhas, mas eu concordo com cada uma delas. São da poetisa Cida (falando sobre a genialidade de Admmauro Gommes e o sucesso de seu blog). Eu também já me questionei várias vezes com essas mesmas perguntas. Esse blog é para mim um “livro mágico”, estudo ele mesmo! Os motivos são simples: Admmauro joga poucas palavras aqui, e eu acho o máximo.
Cida sempre vem com uma sensibilidade ímpar e consegue me encantar (gostaria de conhecê-la pessoalmente). Calazans é um fenômeno! Quando ele começa com seus: “Em um certo dia, em um certo lugar...” eu já começo a viajar, e depois do término da leitura, ainda demoro para voltar da tal viagem. Os textos dele brilham: “Eu sei, eu só sei que é assim!”. A sensação não foi diferente quando eu li o artigo dele sobre Ariano.
Para completar o time, chegou Katu como mais um personagem do livro mágico. Eu sou suspeita a falar porque já recebi desse cordelista querido, o título de “katuete nº 1”, e fiquei toda prosa quando soube que tentaram roubar meu título e ele não deixou. Eu já sabia que Katu teve o privilégio de conversar com Ariano, então quando eu vi as homenagens a este mestre, aqui no blog, decidi “katucar” Katu: “Ei rapaz, visita o blog de Admmauro, dá uma lida no artigo de Calazans e deixa teu comentário por lá... Arrebenta, Katu!”. Fiquei na expectativa. Eu tinha certeza que esse cordelista não decepcionaria sua katuete. Ele seguiu meu conselho e arrebentou! Comecei a ler seus versos e lembrei de Fernando Pessoa quando metralhou: “O poeta é um fingidor / finge tão completamente / que chega a fingir que é dor / a dor que deveras sente”.
Katu não fingiu, nem pouco nem completamente, nem fingiu que era dor a dor que deveras sente. Seus versos foram extremamente verdadeiros e deveras emocionantes. Preciso provar? É sempre bom, não é mesmo? Vamos lá: ”Não posso demorar mais / Por causa dos olhos meus / Que lamentam a partida / Desse gênio que morreu / Durma em paz pernambucano / Paraibano Ariano / Grande poeta, adeus!”.
Sylvia Beltrão
Katu me provou que não é um poeta fingidor e é a exceção da regra de Pessoa. A dor que Katu sente, também estamos sentindo. Busquei minha avó Sílvia Reis, que tem pouco estudo, mas ficou profundamente triste quando soube da morte de Ariano. Li os versos de Katu para ela e perguntei: “A senhora acredita que este poeta fingiu ao falar sobre Ariano?”. Ela me respondeu com toda a certeza que havia nela: “Fingiu não! Gostei disso aí, quem escreveu?”.
Comprovando a minha tese: Não precisa ser letrado e nem tampouco poeta, para sentir a veracidade desses versos. Basta apenas ter um pouco de Ariano em si. E isso, cada um de nós temos, com certeza. Concordei com quase todos, só discordei de Fernando Pessoa... 

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De São Paulo, Cida Vilas Boas (31.7.14)

Meu grande e querido amigo Admmauro Gommes:

Qdo abro minha caixa de e-mails e vejo que tem algo seu ou do Professor Wilson, a curiosidade me aguça tanto que me direciono imediatamente a ele.

Imagina então, eu me deparar hoje com três mensagens suas. E de gorjeta uma de Wilson mostrando-me seu elogio ao poema que lhe mandou. Ri de mim mesma (é verdade, eu rio muito de mim mesma, até das confusões e esquecimentos que meus netos chamam de caduquice, e talvez sejam mesmo).

Li com muita atenção o post de Sylvia Beltrão onde ela gentilmente me inclui em seu requintado texto. Ela é genial para dizer o mínimo. Com que sutileza engrandeceu a memória de Ariano Suassuna e ainda dando destaque à opinião de sua vovozinha, que deve ser uma sábia.

Com grande veracidade, o poeta Paulo Katu cognominou-a de Katuete N° 1. Tem ela toda razão por sentir seu ego explodir dentro do peito. Ariano Suassuna deve estar com olhares lacrimosos por ver seu trabalho tão maravilhosamente admirado e reconhecido. Que Deus o tenha em sua mansão divina. 

Queira, por favor, parabenizá-la por mim.


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De Palmares (PE), Marcondes Calazans (31.7.14)

SYLVIA:

O texto da Sylvia, uma mágica na forma de muitas vezes juntar o aparentemente complexo, torna o fato tão simples, tão saboroso de saber, ler pureza absoluta de suas palavras.

Os retratos colocados acima do texto da Sylvia, com o Ariano com o dedo na boca extremamente interrogativo faz-me imaginar o que se passava por sua reflexão, tudo quanto foi escrito sobre ele no blog literatura que, talvez nem soubesse que existia, e de forma mágica, a partir do seu encantamento descobriu existir.

O blog literatura é uma grande terapia para quem ama a boa, suave e regeneradora leitura. O Admmauro é um mágico na arte de organizar as coisas, especialmente quando faltam as vírgulas, os pontos e as reticências. Nasceu para nos dar o prazer na certeza de que existimos. Seu (nosso) blog é esse bálsamo “benigno” a provocar muitas vezes o intelecto de quem pensava não tê-lo, não existir pelas limitações no uso da norma culta no ato de escrever.

E o texto da Sylvia que é a pauta do que estou tentando falar! Genialidade de quem fez escola nas aulas da generosidade e da arte de bem definir o outro no limite da descrença de quem nunca se imaginou como ela escreve.

O Katu é do tipo de cordelista profundamente diferente dos cordéis que já li por esse mundo afora. Ele nos desobriga o que é comum muitas vezes nos versos que criam os outros ao inventarem suas histórias. Katu não brinca com a verdade existente em cada palavra que escreve nos joga no real muitas vezes nostálgico dos fatos que produz com profunda cordialidade. Maravilhoso o que escreveu sobre Ariano, sinergia pura. Concordo com Sylvia quando afirma: 
“Katu não fingiu, nem pouco nem completamente, nem fingiu que era dor a dor que deveras sente. Seus versos foram extremamente verdadeiros e deveras emocionantes.”

É isso que estou tentando dizer, seus versos não foram uma invenção do imaginário do poeta que busca em sua imaginação os motivos de sua inspiração. Ele falou com a própria alma, essência, e é isso que o torna diferente dos demais.

Intrépida e perspicaz poetiza Sylvia, magnífico texto, pois as citações quando menciona a poetiza Cida, nos joga na impressão que por mais distante que ela esteja na geografia desse imenso país, juntinha de cada um de nós se encontra na interconexão espiritual que nos une, prova que não há distância quando o tema é poesia, é verso, e prosa.

Quão maravilhosa é a existência de vocês em minha vida!

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Do Brasil, poeta Paulo Katu

REVELAÇÃO

Pois é, Marcondes. Se eu fosse culto como és, o que se manifesta nessa linda poesia sua, também poderia descrever com justiça a poetiza Sylvia Beltrão, mas mesmo desse estado leigo que me encontro, digo que poucas pessoas conseguem fazer uso das palavras como Sylvia, ela verdadeiramente SE REVELA. 

Quanto a você, Cida, fique sabendo que essa "caduquice" é um privilégio de poucos. Prouvera Deus que fôssemos agraciados com mais um "punhado" dessas caducas que escrevem divinamente. Isso transformaria esse mundo bem melhor para vivermos.


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Ela responde

Estou muito emocionada com os adjetivos fortes que vocês me deram. São presentes que levarei sempre comigo. Passei uns dias pensando em como agradecê-los e entrei no blog justamente para confessar que fracassei.

Não encontrei definição para o tamanho dessa emoção. Acredito que senti exatamente o que sentiu um dos jogadores da Alemanha na final da copa do mundo. Perdoem-me, não sei o nome dele, mas lembro com tamanha precisão das palavras que ele utilizou para definir seu êxtase: “Quando eu não consigo encontrar palavras para definir o que sinto, é porque o momento é extraordinário”.

Volto a concordar com Calazans: “Quão maravilhosa é a existência de vocês em minha vida!”. Muito obrigada mesmo!

Um abraço poético de Sylvia Beltrão!


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Leia o poema O livro mágico em:






26 de julho de 2014

O DEUS ABSOLUTO – NOVO CD DE CÍCERO BENÍCIO

O cantor e compositor xexeuense Cícero Benício (44) lançou mais um cd de adoração: O Deus Absoluto.

São doze hinos. Com exceção de Mudança de vida (Beto Santos), Quando Jesus saiu da casa de Pilatos (Lourival Freitas), Vai ficar tudo (Cidinei Silva), O banquete (Cláudia Silva) e Outra vez (Josafá Rocha), as demais composições são de sua autoria: Promessas, Não é sonho, Um homem livre, Deus pode resolver, Esse lugar tem fogo, Quando Jesus Cristo age e o louvor que intitula o novo trabalho.

O cantor gospel tem vários cds lançados e representa, na atualidade, uma das vozes evangélicas mais originais de Pernambuco. 
Contatos e convites: 081.9712.9115 e 9256.0871 


“É com muito prazer que apresento aos meus amigos meu novo compositor do próximo cd: 
o cantor Cícero Benício. Suas músicas são cantadas por vários levitas, entre eles, 
Eduardo Roque e Mirian Santos.” - Baltazar de Jesus

23 de julho de 2014

ARIANO SUASSUNA

Publicamos uma homenagem à grandeza de 
Ariano Suassuna 
em 12 de abril de 2014.








Para conferir os textos, clique em:

ADEUS, MESTRE ARIANO! (Paulo Katu)

Ariano Suassuna e Paulo Katu
Nascido na Paraíba
Passa a ser pernambucano,
Aqui ele achou guarida
Singular calor humano,
Se as terras tão divididas
O Nordeste te deu vida
Grande poeta Ariano.

Posso falar sem engano
E de maneira oportuna,
Tuas obras, teu legado
São para o mundo fortuna,
Que nossa classe enaltece
E humildemente agradece
Obrigado, Suassuna!

És uma grande escuna
Pronta pra nos transportar,
Para mundos infinitos
Na superfície do mar,
Tudo com muita alegria
Tua culta poesia
Serve pra devanear.

Duma delas vou falar
Que na terra ninguém corre,
O mal irremediável
Que doutor nenhum socorre,
Independente da crença
Cumpristes tua sentença
Pois tudo que é vivo morre.

A morte a terra percorre
Dando cabo aos animais,
Qualquer vivente da terra
Hoje vive depois jaz,
Hoje existe depois some
Mas o legado do “home”
Ela não mata jamais.

Não posso demorar mais
Por causa dos olhos meus,
Que lamentam a partida
Desse gênio que morreu,
Durma em paz pernambucano
Paraibano Ariano
Grande poeta, adeus!


IMPERDÍVEL TAMBÉM É O ARTIGO DE MARCONDES CALAZANS:


OS GÊNIOS NÃO MORREM

Os verdadeiros gênios nunca morrem, eles dormem em um plano existencial para transcenderem em outro e outro e outro...

Imagino um céu só para os grandes sábios, e, acima de tudo os diálogos desenvolvidos entre eles. Um, no campo literário, outro na ficção, outro na educação, e assim por diante, num lugar de onde sentados, em algum beiral, com as pernas balançando observando-nos, aqui no nosso planeta com os nossos erros, acertos e opiniões, inclusive sobre até suas obras, maneira de escrever e estabelece juízos.

Imagino Paulo Freire com o dedo indicador apontando para os altos índices ainda de analfabetos, mergulhados na escuridão do dissabor de não saber, a falar: “Eu sou um intelectual que não tem medo de ser amoroso, eu amo as gentes e amo o mundo. E é porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade.” (FREIRE, Paulo, 1996)

Gilberto Freyre, a testemunhar ainda a prevalência da política dos coronéis impondo o voto de cabresto e de favores pelos engenhos e seus velhos casarões afora. Testemunhando que, por força da hipocrisia de uma sociedade egoísta que ainda vira o rosto para a existência da transformação das senzalas em favelas que se avolumam a cada dia, falar: “O saber deve ser como um rio, cujas águas doces, grossas, copiosas, transbordem do indivíduo, e se espraiem, estancando a sede dos outros. Sem um fim social, o saber será a maior das futilidades.” (FREYRE, Gilberto, 1959).

E agora! Como imaginar Ariano Suassuna subindo lentamente pro céu e se aproximando dos outros dois a observá-los do alto com seus sorrisos de paz e suavidade! Como imaginar Ariano, ao chegar junto ao beiral de onde se pode ver o nosso planeta em toda sua plenitude! Ariano que no livro “O Auto da Compadecida”, não temeu sugerir um Cristo negro em um país marcado em sua história pela hipocrisia da democracia racial. Creio, que, ao se deparar com os outros dois talvez refizesse sua frase: “que eu não perca a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas”.

Ariano Suassuna foi um grande mágico na arte de escrever, de transformar realidade em ficção apurando sempre seu imaginário para as coisas aparentemente absurdas ou talvez impróprias para os grandes centros acadêmicos, que, por rigidez, impõe para quem escreve o que denominam de norma “certinha” e regrada.

Na obra o “Auto da Compadecida” ele emblema na simplicidade um alerta aos que acham que não têm responsabilidade para com o outro: “Jesus às vezes se disfarça de mendigo pra testar a bondade dos homens”.

Concluo o que não consigo dizer o que merece o professor Ariano usando suas próprias palavras: “Não sei, só sei que foi assim!” (Em: O Auto da Compadecida)




17 de julho de 2014

BRASIL PERDE DE 103 A ZERO PARA ALEMANHA.

ISTO É MAIS GRAVE!


Estamos profundamente abatidos no Brasil inteiro porque perdemos de 7 a 1 para a Alemanha, mas jamais nos lembramos de que a Alemanha teve 103 Prêmios Nobel e nós nenhum.

Com toda a tristeza que sinto pelo fato de termos sido derrotados, e com um escore tão grande, do ponto de vista do interesse nacional, do ponto de vista das consequências para o futuro, é muito mais grave para o futuro do País o fato de estarmos perdendo para a Alemanha de 103 a zero, no campeonato de Prêmio Nobel. 
- Cristovam Buarque, Professor da UnB e Senador pelo PDT-DF.

13 de julho de 2014

MAIS DE CEM MIL

ESTAMOS EM FESTA!



Nosso blog ultrapassou a marca 
dos cem mil acessos




Dividimos este feito com você, que sempre nos dá a honra de uma visita - A. Gommes


Meu estimado Professor:

Estou (usando o nordestinês) "deverasmente" impressionada com a repercussão alcançada por seu esmerado trabalho. Não pelo fato de conseguir os cem mil acessos em seu blog, pois que brevemente alcançará 200, 300, ...um milhão, mas por esse seu dom magnífico de levar cultura a todos os cantos, chegando a ultrapassar nossas fronteiras,- (numa época em que essa mesma cultura é tão desmistificada até pelos órgãos governamentais que, por imposição de nossas leis,  deveriam incentivá-la...) - com galhardia, digo mesmo, heroísmo, maestria, dignidade, apenas por amor àquilo que sabe e gosta de fazer.

Fico imaginando: Quantas horas de seu dia e de suas noites são consumidas para  preparar jornais, seminários, palestras; quantos passeios e diversões foram trocados para transmitir a nós, aquilo que é para você um alimento de sua alma? Que dizer nessa sua vitória extraordinária? A palavra PARABÉNS fica tão obsoleta que prefiro apenas desejar-lhe sucessos contínuos, forças para continuar nessa luta e aplaudi-lo, de pé, daqui de meu cantinho obscuro mas, com luz suficiente para reconhecer em você um mestre dos mestres terrenos já que o  verdadeiro "MESTRE" é Aquele que É.


Cida Vilas Boas

São Paulo






São pessoas iguais a você, amiga Cida, que nos dão forças para caminhar. Muito grato por sua atenção tão especial.
- Admmauro Gommes