26 de agosto de 2014

GUSTAVO MANOEL DIZ QUE OS CANDIDATOS DA MATA SUL NÃO REPRESENTAM NADA

Sem esperança, a descrença é total para as eleições deste ano.

Gustavo Manoel
O apresentador Gustavo Manoel disse em seu Programa Microfone Aberto, na Rádio Nova Quilombo FM (26/8), em Palmares, que se enoja da política que é feita na Mata Sul de Pernambuco. Segundo ele, os candidatos ao invés de usarem a política para levar benefício à população, usam a população para seus próprios benefícios.

Gustavo considera uma vergonha a atuação de certos políticos que só aparecem de quatro em quatro anos, como agora, que surgem nomes de todas as regiões do Estado trazendo promessas vazias.

“Depois do pleito eleitoral, nós ficamos abandonados, como sempre. Nesta região, principalmente no entorno de Palmares, onde não se tem uma indústria” - disse o apresentador e concluiu: “É hora de todos se conscientizarem e escolher bem o candidato certo, pois ainda existem homens de bem na política. Esses são bem poucos, mas existem. Se os deputados que estão aí se dizem realmente representantes da Mata Sul, então, como a região está abandonada, eles são uns incompetentes.”

O apresentador analisou que as cidades circunvizinhas não têm esperança que possam vir dias melhores através do quadro de lideranças que ora se apresenta, por isso, a descrença é total para as eleições que se aproximam em 5 de outubro deste ano.


24 de agosto de 2014

AFINAL, O QUE É CRÔNICA LITERÁRIA?


Botecos
Luis Fernando Veríssimo


Tinha uma mania: colecionava botecos. Não os frequentava, apenas Era um estudioso. Gostava de descobrir botecos e recomendar para os amigos. Ultimamente, vinha se especializando — um refinamento da sua paixão - no que chamava de botecos asquerosos. Daqueles que nenhum fiscal da Saúde Pública incomoda porque não passa pela porta sem desmaiar.
Seu rosto se iluminava na frente de um boteco asqueroso recém-descoberto. Não resistia e entrava. Depois contava para os amigos.
- Uma glória. Sabe ovo boiando em garrafão com água?
- Repelente, não é?
- As galinhas não os receberiam de volta. A própria mãe! Descrevia o boteco com carinhoso entusiasmo.
- E que moscas. Mas que moscas!
Só não tinha paciência com o falso sórdido. Alguns botecos assumiam suas privações como uma declaração de falta de princípios. Ele preferia o sórdido inconsciente, o sórdido autêntico. Principalmente, o sórdido pretensioso. Uma vez contara, extasiado, uma cena. Terminara de comer uma inominável almôndega, pedira um palito para o dono do boteco e desencadeara uma busca barulhenta e mal-humorada, com o dono procurando por toda parte e gritando para a mulher:
- Cadê o palito?
Finalmente o dono encontrara o palito atrás da orelha e o oferecera. Ele se emocionava só de contar.
Os amigos, sabendo da sua paixão, mantinham-se atentos para botecos sórdidos que pudessem interessá-lo. Muitos ele já conhecia.
- Um que tem uma Virgem Maria pintada num espelho com uma barata esmigalhada de tapa-olho? Vou seguido lá. A cachaça é tão braba que tem bula com contra- indicação.
Outro dia lhe trouxeram a notícia do pior dos botecos. Não era um boteco de quinta categoria. Era um boteco de última categoria. Ficava no limite entre a vida inteligente e a vida orgânica. Ele precisava ir lá verificar. Foi no mesmo dia. Ficou estudando o boteco de longe, antes de se aproximar. Tinha um garoto na porta do boteco. A função do garoto era atacar cachorros sarnentos. Quando passava um cachorro sarnento o garoto o enxotava - para dentro do boteco! 
Ele atravessou a rua na direção do boteco com aquele brilho no olhar que tem o pesquisador no limiar da grande revelação, ou o santo antes do doce martírio.
E tem a história do Nascimento, que um dia quase brigou com o garçom porque chegou na mesa, cumprimentou a turma, sentou, pediu um chope e depois disse:
- E trás aí uns piriris.
- O que? – disse o garçom.
- Uns piriris.
- Não tem.
- Como, não tem?
- “Piriris” que o senhor diz é...
- Por amor de Deus. O nome está dizendo. Piriris.
- Você quer dizer – sugeriu alguém, para acabar com o impasse – uns queijinhos, uns salaminhos...
- Coisas pra beliscar – completou o outro, mais científico.
Mas o Nascimento, emburrado não disse mais nada. O garçom que entendesse como quisesse. O garçom, também emburrado, foi e voltou trazendo o chope e três pires. Com queijinhos, salaminhos e azeitonas. Durante alguns segundos, Nascimento e o garçom se olharam nos olhos. Finalmente o Nascimento deu um tapa na mesa e gritou:
- Você chama isso de piriris?
E o garçom, no mesmo tom:
- Não. Você chama isso de piriris!
Tiveram que acalmar os ânimos dos dois, a gerência trocou o garçom de mesa e o Nascimento ficou lamentando a incapacidade das pessoas de compreender as palavras mais claras. Por exemplo, “flunfa”. Não estava claro o que era flunfa? Todos na mesa se entreolharam. Não, não estava claro o que era flunfa.

- A palavra está dizendo - impacientou-se Nascimento. - Flunfa. Aquela sujeirinha que fica no umbigo. Pelo amor de Deus!

Fonte: 
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-cronica-botecos-de-luis-fernando-verissimo


Assista ao vídeo de Admmauro Gommes 
falando sobre Crônica. 
É só clicar em:

15 de agosto de 2014

O ÊXTASE DO PÁSSARO

Por Marcondes Calazans




Lendo o texto suave da Cida, fui convidado a me interiorizar, a olhar  para dentro de mim e buscar em minhas lembranças o passado de um escritor da nossa região que, como Rubem Alves, também desencantou do atual plano em que nos encontramos e foi levado para as esferas universais da existência incorpórea.

O Ascenso Ferreira (1895-1965)  que bem emblema as frases do Rubem Alves citadas pela Cida, de forma deveras especial, no poema “Minha Escola” publicado no livro Catimbó em 1927. O poema de Ascenso, quando levado ao conhecimento da sociedade da época provocou  comoção em estudantes e professores, quando falou:

 A escola que eu frequentava era cheia de grades como as prisões.
E o meu Mestre, carrancudo como um dicionário;
Complicado como as Matemáticas;
inacessível como Os Lusíadas de Camões! 
                           (Ascenso Ferreira)

Rubem A. Alves (1933 - 2014), por sua vez, pela versatilidade de sua obra, embora, não tão perto de Ascenso no tempo, conseguiu ser convergente ao escrever sobre a escola, muito bem apontado pela eterna educadora Cida.

Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas.
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. (Rubem Alves)


Um detalhe em destaque nos versos  de Ascenso e Rubem são duas palavras. O primeiro usa o termo  GRADES, o segundo, GAIOLA que em sua estrutura se fundem, especialmente quando a metáfora revela professores e alunos vítimas das grades curriculares obrigados a adotá-las sem questionar.
Pois sim, amiga Cida, o Rubem, pela vastidão do que escreveu, dando ênfase a vários temas, não devia ter desencantado tão cedo, pelo muito que ainda tinha que nos presentear em tudo o que escrevia.

O psicanalista, o educador, o teólogo, o pedagogo foi levar seu encantamento a outras esferas universais e, guarde uma certeza, ele se encontra em algum beiral no Cosmo, junto com os demais, a receber na fronte, de forma suave, o vento sopro de Deus, recheado de felicidades por tudo que nos deixou escrito, na expectativa de que através de suas obras e de nós, o Planeta Terra pode ser um pouco melhor do que tem sido.

E concluo dizendo que, se o “Voo nasce dentro dos pássaros”, podemos concluir que gaiola, ou grade alguma poderá deter o seu arrebatamento, encantamento, êxtase.




ENADE DE LETRAS - DOMINGO, 23.11 2014

Art. 7º A prova do Enade 2014, no componente específico da área de Letras, tomará como referencial os seguintes conteúdos curriculares:

I - Estudos linguísticos:
a) concepções de língua nas diversas teorias linguísticas;
b) níveis de análise da língua;
c) formação histórica da língua portuguesa;
d) gêneros discursivos;
e) variação linguística;
f) aspectos distintivos, linguísticos e extralinguísticos, do português do Brasil;
g) teorias de aquisição da linguagem oral e escrita.

II - Estudos literários:
a) conceitos de literatura e cultura;
b) especificidades da linguagem literária;
c) teorias críticas da Literatura;
d) gêneros literários (da Antiguidade à Contemporaneidade);
e) movimentos literários;
f) formação do cânone e do anticânone;
g) manifestações populares da Literatura;
h)inter-relações da Literatura com outros sistemas culturais e semióticos.

III- Formação profissional do licenciado:
a) teorias e métodos de ensino e aprendizagem de língua e Literatura;
b) tecnologias da informação e da comunicação.

Fonte:
Portaria Inep nº 258, de 02 de junho de 2014.
Publicada no Diário Oficial da União em 04 de junho de 2014.


O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes – Enade é componente curricular obrigatório dos cursos de graduação do país e tem como objetivo aferir o desempenho dos estudantes em relação aos conteúdos programáticos previstos nas diretrizes curriculares do respectivo curso de graduação, suas habilidades para ajustamento às exigências decorrentes da evolução do conhecimento e suas competências para compreender temas exteriores ao âmbito específico de sua profissão, ligados à realidade brasileira e mundial e a outras áreas do conhecimento.

Para atender a este objetivo, a prova do Exame é constituída de duas partes:
- Formação Geral (FG): composta de 10 questões.
- Componentes Específicos (CE): composta de 30 questões, sendo 27 de múltipla escolha e 3 discursivas.



O Enade 2014 será realizado no dia 23 de novembro,
com início às 13 (treze) horas do horário oficial de Brasília.

Veja também o MANUAL DO ESTUDANTE DO ENADE em:




9 de agosto de 2014

SALVE, RICARDO GUERRA!

Por Admmauro Gommes




Ricardo Guerra é um dos maiores talentos pernambucanos escondidos no interior do Estado. Mora em Jaqueira, de onde não pretende sair nunca. Nem depois da vivência. Sua lente fotográfica registra tudo que se passa em sua terra: da benzedeira, passando pelo homem da cobra, até um novo-velho linguajar que apelidou de jaqueirês. A feira livre e os bêbados que protagonizam este encontro festivo, assim como a imagem telúrica da lua nascendo por trás da Serra da Burarema... tudo é motivo de orgulho desse historiador e contador de estórias verídicas e inventadas. Para mim, Jaqueira começa com ele, como disse em um poema do ano passado (JAQUEIRA):                  
       
Jaqueira lembra saudade
de um fruto da boa terra,
que lembra casa de amigo,
que lembra Ricardo Guerra.

Danou-se nega do doce
tanta poesia se encerra
na pena deste poeta
do povo Ricardo Guerra.

Pra mim, o nome Jaqueira
da Burarema, a serra
pode assim ser resumido:
Ricardo Antônio Guerra.


Tive a felicidade de escrever algumas linhas sobre o seu livro Danou-se nega do doce que na sua publicação confirmará todo o encanto de uma gente pernambucana, sob o olhar encantado de um de seus mais felizes filhos.

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O JAQUEIRÊS TRAZ UMA PUREZA LÍMPIDA QUE AS ACADEMIAS COM SUA FORMA CULTA JAMAIS ALCANÇARÃO - Marcondes Calazans 


O literato Ricardo Guerra, que carrega infinita bagagem de historiógrafo, e dos melhores, diga-se de passagem, consegue com suas letras nos reportar ao passado e jogar-nos numa palavra que de tão doída torna-se prazerosa quando vamos ao passado. Essa palavra é a saudade. 

Lendo o linguajar jaqueirês, lembro-me de uma frase de Marcos Bagno, quando fala: “A língua é como um rio que se renova, enquanto a gramática normativa é como a água do igapó, que envelhece, não gera vida nova a não ser que venham as inundações.”

O escritor Ricardo Guerra é essa inundação como um rio que se renova gerando vida nova nas maneiras e formas diferenciadas de falar, fazendo valer na comunicação o que é mágico, e entender o outro independente de normas clássicas.

O jaqueirês traz uma pureza límpida que as academias com sua forma culta jamais alcançarão. “Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-mundi não é o mundo... Também a gramática não é a língua.” (Bagno)

Parabéns, generoso amigo pela grande contribuição para nossa História e para nossa língua. Maravilhosos textos!

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RICARDO GUERRA: UM AMANTE DE JAQUEIRA - Cida Vilas Boas 


O literato, colunista, historiador, professor, fotógrafo, amante de Jaqueira, plantas, animais, Geep, carnaval, festas juninas, e muito mais que ainda não conheço, tem uma especial atenção em conservar tudo que é de sua terra e região. E o faz com tamanho amor que eu, mesmo de longe, aprecio tudo que diz a respeito de Mata Sul.

Penso que não existe escritor na face desta terra que dê tal valor para aquilo que é seu. Desculpa essa frase, mas acho que Ricardo Guerra já é dono, tomou posse dessa região, de sua gente, seu legado histórico, de seus usos e costumes. É um verdadeiro ícone, nosso querido Guerra que não faz guerra, mas faz histórias.

Indiscutivelmente, Ricardo é um símbolo, um identificador dessa Região rica em poetas, escritores, façanhas heroicas de defensores de sua terra. 

Gostei muito, meu caro amigo, de sua "escrivinhação" intitulado Onomatopeia pela sequência de termos que me retorna a uma infância longínqua, mas mentalmente bem preservada visto que por aqui, desde que me conheço por gente, é recheada de simpáticos e alegres nordestinos.

Estou familiarizada com esse gostoso e sonoro sotaque. Que Deus abençoe a você, Ricardo Guerra. Que lhe conserve essa mente criativa e amorosa e continue a nos presentear com essa presença escrita em versos e em prosa pois que seu jeito de ver "Suas" coisas é, no mínimo, muito peculiar, engenhosa, travessa, farta em detalhes e abençoada.

Espero outras onomatopeias, e outros nhe-nhe-nhes de redes balançando.


Obrigada por seu dom tão bem explorado e que traz aos nossos sentidos uma visão ornamentada desse pedaço de MUNDO.

Dedé, RG, AG e VCA

Agradecimentos
FINALMENTANDO A ESCRIVINHAÇÃO
– Ricardo Guerra
Caros literatos Admmauro Gommes, Marcondes Calazans e Cida Vilas Boas. De antemão, agradeço os elogios generosos de todos vocês a mim dispensados. Ao poeta, professor, literato e amigo Admmauro Gommes devo-lhe dizer, caro Mestre, que realmente eu sou um “humilde escrevinhador” das coisas da minha terra, da minha região, do meu país. Faço isto por acreditar piamente que não existe uma Literatura Universal e muito menos Regional, nunca houve e nunca haverá, por um simples motivo: a Literatura nasce local, se ela se torna regional ou universal não mais está no controle do autor mas de outrem.
É muito prazeroso escrever sobre o que se conhece e, mais ainda, quando se conhece e se viveu o que escreveu, pois entendo e pratico que conhecer as histórias do seu povo é de fundamental importância para o historiador adicto, todavia, sem analisá-las com criticidade é preferível ficar no limbo da ignorância absoluta perante esta história, posto que a verdadeira essência e a ciência da disciplina estão embutidas em sua analogia com os dias atuais. Porque é impossível compreender o presente separando-o das condições criadas pelo passado. Afinal, tive o privilégio de tê-lo como meu professor de Literatura Brasileira.
Ao amigo e sábio historiógrafo e professor Marcondes Calazans, entendo e concordo contigo e com Câmara Cascudo quando este afirma: 
Queria saber a história de todas as cousas do campo e da cidade. Convivência dos humildes, sábios, analfabetos, sabedores dos segredos do Mar, das Estrelas, dos Morros Silenciosos. Assombrações, Mistérios. Jamais abandonei o caminho que leva ao encantamento do passado. Pesquisas. Indagações. Confidências que hoje não têm preço”. 
Todavia, não abdicarei nunca de mesclar a língua brasiliana com o meu jaqueirês, tendo em vista ser esta a minha coluna mestra, diria, a viga mestra da cumeeira da casa dos meus pequenos escritos. Com sua peculiar sapiência estás correto, caro amigo, ao citar Bagno “A língua é como um rio que se renova, enquanto a gramática normativa é como a água do igapó, que envelhece, não gera vida nova a não ser que venham as inundações.” O jaqueirês é como este rio, vivinho e se bulindo o danado.
A escritora, literata e poetisa Cida Vilas Boas, como toda poetisa, enxerga o mundo através dos olhos de uma criança e com sua percepção inerente apenas aos poetas tem toda razão quando afirma que: “... Ricardo tem uma especial atenção em conservar tudo que é de sua terra e região. E o faz com tamanho amor que eu, mesmo de longe, aprecio tudo que diz a respeito de Mata Sul”. Realmente, escrevo com amor e por amor a minha terra e grande respeito por seus habitantes.
“Finalmentando a escrivinhação,” reitero humildemente os agradecimentos às palavras elogiosas proferidas por vocês a este matuto. Desses que mesmo quando sai de dentro do mato, o mato nunca sai de dentro dele.
Isto só me incentiva em continuar.
Muito obrigado a todos.
Da minha bucólica e aprazível Jaqueira, adentrando o mês do agosto do ano que nos engana.  
  











6 de agosto de 2014

O VOO NASCE DENTRO DOS PÁSSAROS

Por Cida Vilas Boas (São Paulo)

Professor Admmauro Gommes: Preciso parabenizar o grande literato Marcondes Calazans. Mas, não querendo abusar de seu grande ideal de fazer chegar àqueles que apreciam uma boa literatura, eu gostaria de incluir umas pequenas referências a um de meus autores preferidos: Rubem Alves.

Cida Vilas Boas 
Rubem Alves, um dentre tantos outros grandes escritores de respeito do Brasil, completou, infelizmente, o trio entristecedor de perdas num intervalo tão curto. Com um currículo invejável encontrou, na literatura, no magistério e na poesia um néctar dos deuses que o acompanhou durante sua vida aqui na terra.

Lendo o artigo de Marcondes Calazans ilustrando a caminhada pós-morte do grande Ariano Suassuna, "Os gênios não morrem", cujo título é uma verdade muito bem colocada, num artifício genial e imaginário, do encontro desses personagens numa outra dimensão, achei por bem incluir Rubem Alves nesta festa de intelectuais. Tenho certeza que estará à altura deles.

Sabe, eu poderia ficar escrevendo páginas e mais páginas sobre este escritor, mas vou ser sucinta e dizer apenas duas frases dele que me marcaram muito:
"Sou um pouco ator como todo professor deve ser"
e "Tem escolas que são asas e escolas que são gaiolas...
...
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer porque o voo nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado."
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“Cida sempre me encanta. Ela tem a sensibilidade de 1000 mulheres juntas. Quando li sobre o voo e os pássaros, lembrei disso: "Algumas pessoas dão pena, outras dão asas". Sylvia Beltrão