12 de setembro de 2015

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DA CHUVA


CHUVA (Cida Vilas Boas)

Gosto tanto da chuva quando cai
tanto quanto meu amor por poesias
e esta chuva me fez
enxugar grossas lágrimas
que teimosamente caem de meus olhos
como as gotas da chuva que caem lá fora
tão serena, tão suave, tão mansinha
que dá vontade de dançar no quintal
e misturar água doce da chuva
com água salgada de meus olhos
formando mistura gostosa
de ternura com saudade!
                                               

CHUVAS E ESTIAGENS (Admmauro Gommes)
                 Para Cida Vilas Boas

A nossa vida é feita de temporadas de chuva e dias de sol
lágrimas e sequidões nos olhos cansados de espera.
Dançar na chuva é limpar-se das nódoas dos dias
enquanto a água lava e leva recordações doentias.

A ternura pode ser um dia de sol
ou nuvens carregadas de desilusões.
Quando a chuva cai dos olhos
é porque o coração percebeu que o tempo das flores
ressecou com a chegada do verão
mas um céu sem nuvens também nos assusta
e tememos que a seca se prolongue
na época de plantar desejos.

Também “Gosto tanto da chuva quando cai”
porque a bonança se apresenta como esperança
dentro de mim.

Se não chovi nos últimos meses
desculpe-me pelas nuvens vazias
pois eu pretendia ser inundação em trovoadas.