Por Débora Elisa Jacinto (1º período de Letras/2017.1 - FAMASUL)
COMENTA textos de Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira
e Tony Antunes
No poema tradicional ou popular, um dos
aspectos marcantes é a linguagem simples, de fácil entendimento para o leitor e
que pode ou não conter rima, embora geralmente ela se faz presente. Nele, o eu
lírico é sentimental e sofredor. Um dos temas mais recorrentes nesses poemas é
o amor ligado à saudade ou o amor impossível. Na letra da música "Que nem
jiló" de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, temos um excelente exemplo de
como o poema/poesia popular encontra fácil abertura e rápida aceitação nas
camadas mais populares da sociedade.
Isso
se dá pelo fato de sua linguagem não precisar se valer de palavras rebuscadas e
formais, mas sim ter em sua composição a simplicidade como principal trunfo e,
posteriormente, seu sucesso. O público ao ouvi-la certamente se identificará
com a história retratada na música, por se tratar de uma situação comum: a dor
da saudade. A vertente do poema popular cativa por suas palavras genuínas mas
também porque reflete contextos em que as pessoas se veem reconhecidas nos seus
versos.
Já
o poema contemporâneo é escrito de forma mais despretensiosa e livre, e isso se
exemplifica pela sua não obrigatoriedade em seguir as técnicas de composição
poética, os assuntos abordados já não se prendem a certas temáticas românticas
e idealistas mas sim encontram agora uma abundância de conteúdos a serem
explorados. Na música "Inexaurível eu" de Tony Antunes, poeta da
Famasul, temos um exemplo desse tipo de poema, lendo não sabemos o significado
de seus versos; admiramos suas palavras mas o que cada uma delas quer dizer só
o seu compositor sabe.
Podemos
dizer que o poema contemporâneo cria com o autor uma relação mais aberta,
composta por inesgotável fonte de ideias.