9 de setembro de 2018

A POESIA ABSOLUTA VAI MAIS ALÉM

Yasmim Taynara Cruz dos Santos
(IV período de Letras/FAMASUL. 2017.2)

Sempre comentavam sobre Vital na faculdade e fiquei curiosa para conhecer o trabalho desse homem de quem tanto se falavam. Quando soube do que se tratava, fiquei sem entender o porquê de uma pessoa criar um poema para ninguém compreender. Enfim, chegou o dia em que acontece a palestra de VCA e entro na sala justamente para ver o que o próprio criador dessa arte que causa tanta estranheza em seus leitores iria falar sobre ela.
Em poucos minutos de sua palestra, fiquei fascinada com cada palavra que ele falava. Com uma visão de mundo tão diferente e de vasto conhecimento. Era como se tivesse passando um filme em minha cabeça. Surgiram muitas dúvidas, mas a maioria delas não conseguir expor, pois me senti intimidada no meio de tantos intelectuais. Quando ele começou a falar sobre a poesia absoluta e sua relação com o cérebro humano, consegui entender que não se tratava de um simples poema, com palavras aleatórias, mas de um mecanismo vital para expandir a capacidade do nosso cérebro pois, como ele falou, “nós somos tão acostumados a ler coisas de fácil compreensão que acabamos não estimulando nosso cérebro a pensar, deixando-o acomodado e estacionado”.
A poesia absoluta tende a essa provocação. Vai muito mais além do que um raciocínio lógico. Posso dizer que está mais para um enigma ilógico. E, diante dessas informações, foi como se um botão fosse acionado no meu cérebro, me permitindo perceber a capacidade que eu tinha, aliás, que nós seres humanos temos de fazer coisas extraordinárias.
Naquele momento, me senti diferente, com vontade de aprender mais. Mas, não da maneira fácil e sim da maneira mais difícil possível. Eu almejava desafiar o meu cérebro do modo mais complexo e descobrir do que ele é capaz. Bateu-me uma euforia. Minhas mãos suavam, meu coração acelerava. Em outras palestras, eu olhava umas vinte vezes a hora, no celular. Nessa, não.
Da faculdade para minha casa é uma hora de viagem. Para mim, foi como se tivessem passados uns quinze minutos, pois minha cabeça estava processando tanta informação que meu juízo começou a doer (não era dor de cabeça) eu tentava relaxar, me acalmar, vi a hora ter um ataque cardíaco ou um AVC.
Pode até parecer exagero, mas foi o que realmente eu estava sentindo naquele momento. O que eu posso dizer é que a poesia absoluta não é para qualquer leitor, mas para leitores especiais com o nível avançado do intelecto, não para compreendê-la, porém para dar a si mesmo uma razão para ir mais além.
VCA





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